A Igreja tem um chamado essencialmente profético. Ela é ajuntamento de homens e mulheres de fé, que servem ao Senhor diante dos homens; foi levantada pelo Poder do Espírito para denunciar o pecado e anunciar a salvação em Cristo Jesus. Não se estabeleceu antes do cumprimento da promessa da descida do Espírito, citada por Joel e confirmada por Jesus: “...derramarei do meu Espírito sobre toda carne... profetizarão...” (Joel 2). “Recebereis poder ao descer sobre vós...” (At 1.8)
A unção profética era uma expressão comum ao povo de Israel, registrada através da vida e testemunho de homens como Elias, Eliseu e muitos outros. Dentre tantos afazeres como orar, interceder, ser boca de Deus, trazer o conhecimento antecipado das coisas futuras, todo profeta tinha a incumbência de preparar discípulos. Elias havia preparado Eliseu e agora era sua vez de preparar alguém. Eliseu escolhe Geazi para acompanhá-lo, ajudá-lo na obra e discipular.
Eliseu tinha se revelado servo fiel na sua caminhada junto a Elias, permanecendo com ele até ser arrebatado pelo Senhor em carruagem de fogo. Seus olhos se mantiveram fixos nas mãos do profeta para realizar as mesmas obras; em seus olhos para enxergar como homem de Deus, discernindo entre o santo e o profano, entre aquilo que agrada a Deus e aquilo que entristece seu coração; em sua vida e unção para ser abençoado e multiplicar o conhecimento que recebeu, fazendo discípulos.
Diferente de Eliseu, seu jovem servo, Geazi, revela-se um servo desaprovado ao buscar para si “os louros da vitória do profeta”. Andava com homem de Deus, mas não aprendeu a ser um homem de Deus.
A intercessão ontem e hoje, assim como o ministério profético, está focada na necessidade de levantar e preparar homens e mulheres que tenham coração de servo aprovado. Sabe que seus dons não são para deleite próprio, mas para a edificação da Igreja, do próximo.
A intercessão ontem e hoje está focada na obra de levantar e discipular homens e mulheres com coração de servo. Coração sujeito à vontade de Deus, pois servir é cumprir o desejo de outrem. Servir a Deus nos dá a habilidade de servir ao próximo.
A intercessão ontem e hoje está focada na obra de levantar e discipular homens e mulheres com boca de profeta. Que não fala de si mesmo, antes, tendo ouvido de Deus pode declarar: “Assim diz o Senhor”. É preciso encher o coração com sua Palavra, para falarmos do que está cheio o coração.
Amados e amadas, a obra da intercessão nos nossos dias, como corda de oração que se estende para alcançar vidas e projetos, deve manter a unção profética de homens como Elias e Eliseu que, tendo sido ensinados pelo Senhor e pelo exemplo de servos fiéis, realizaram feitos tremendos de restauração de altares e vidas, mantendo o compromisso de fazer discípulos e discípulas que vivam experiências de homens e mulheres de Deus.
Jesus, em seu ministério, realizou feitos semelhantes aos desses homens de Deus. Ressuscitou como ambos haviam feito; multiplicou pães como Eliseu e nos deu como promessa a possibilidade de vivermos e fazermos obras muito maiores.
Que o Senhor nos levante como servos fiéis, com coração de servo aprovado e boca de profeta, a fim de que possamos viver plenamente sua palavra. Sejamos, pois, exemplo dos fiéis.
Soraya de Lima Junker
Ministério Toque de Poder